“O despertar da humanidade será um processo
coletivo ou não será nada. A mesma luz
atravessa todas as gotas.”
Pierre Lévy
Ser planetário é ser consumidor do mundo, das novas tecnologias, é estar atualizado com as novas tecnologias, é ter fome de conhecimento, e, é ao mesmo tempo indivíduo, que busca compreender a necessidade das autonomias individuais, interligadas às participações comunitárias e à consciência de pertencer à espécie humana.
“O verdadeiro destino do homem é ser um planetário, participando ativamente da inteligência coletiva de sua espécie.” (LEVY, 2001). A essência do processo de planetarização, vem com o crescimento das redes de transportes e comunicação, que implica numa aproximação cada vez mais das pessoas, onde se limitam as fronteiras e os espaços interligam-se.
“Somos regentes do planeta, administradores da vida e predador do que administramos”. Quanto mais um ser está conectado, atualizado com as novas conexões, mais é vasto seu campo de interação, sua experiência torna-se rica e seu aprendizado é imenso, tornando seu desempenho imensurável diante do mundo e dos outros indivíduos.
Segundo Levy, a metamorfose deste novo homem que surge conectado há uma amplidão de novidades e possibilidades a serem exploradas, estudadas, reconhecidas, utilizadas, etc., fez surgir a problemática sobre si mesmo e o mundo em que rodeia, essa complexidade notável o deixa meio perdido há tantas possibilidade de ser, fazer, reconhecer e fluir por si mesmo.
Para Morin, o homem deve evoluir e devorar toda novidade que o cerca, porém não pode esquecer sua essência, sua origem, sua cultura, deve participar ativamente do mundo como um cidadão planetário, mas que não despreze suas origens diante das novidades.
“Entramos no futuro que inventamos percorrendo a passos largos nosso planeta.” O nosso novo homem se torna independente de si pelo mundo que o rodeia. As relações são a longa distância, conectam-se as regiões afastadas do mundo antigo, porém a humanidade permanece fragmentada.
Não basta melhorarmos as tecnologias, a comunicação, temos que melhorar nossas relações com o próximo, manter ou estender fronteiras, sempre alimentando e melhorando a qualidade das relações em seu próprio interior, assim como com as outras coletividades.
Pela primeira vez, a idéia de uma Terra sem fronteiras não aparece como a aplicação de um princípio abstrato ou como um devaneio utópico, mas como o prolongamento realista de uma tendência que cada um pode observar.
“Chegará um dia em que o mundo será uma grande nação, os países serão os estados, todos interligados em uma mesma conexão.”
Texto produzido por
Daniele Borsatti e Debora Murakami
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
LÉVY, Pierre. A conexão planetária: o mercado, o ciberespaço, a consciência.
MORIN, Edgar, Sete Saberes Necessários Para Educação Do Futuro.